terça-feira, 21 de junho de 2011

Maria Zil

Hoje (20/06/11), ao acordar, a condição humana me levou a fazer uma retrospectiva sobre a convivência que tive até ontem com MARIA ZILDETE NUNES AIRES. A convivência com Maria Zil teve, como em qualquer outro processo de conhecimento, seus momentos difíceis. Sim, difíceis. Sabíamos dos nossos “gênios fortes” e fomos aos poucos admitindo nossas diferenças e assim fortalecendo nossa amizade. Gostávamos de muitas coisas em comum. Ah! Perdi minha companheira de ver o dia nascer, pelo simples fato de ver o dia nascer. Outro exemplo era simplesmente comemorarmos até não termos nada pra comemorar. E nesses dias conseguíamos rir de nós mesmas dizendo coisas como “... ainda bem! senão era uma festa só... e não teria graça...”. Como todos que conheceram o chalé de Zildete sabem, qualquer data comemorativa servia, lógico, pra comemoração e, quando não tínhamos nada pra comemorar oficialmente ...dizíamos simplesmente “...vamos comemorar ta viva?...”. E fazíamos mais uma comemoração. Zil partiu. Partiu para o inexplicável. Eu? To aprendendo com isso. Estou chorando também por mim. Aliás, nas últimas horas tenho rido e chorado pela diversidade que tem as lembranças. Nos primeiros momentos da sua partida cheguei a pensar que Pirangi não seria mais uma opção para os finais de semana, nem datas comemorativas. A medida que fui ouvindo os comentários dos outros amigos fui descobrindo que estava pensando egoisticamente errado. Fiquei sabendo que ela tinha revelado o desejo de ficar para sempre em Pirangi quando disse para alguns amigos “...pra quando a banda passar; eu assistir...” Isso foi um dos motivos de risos durante sua despedida. Os mais íntimos entenderam. Temos que admitir, inclusive que a vida continua. Um dia quando passarmos na avenida poderemos até chorar, mas, se for possível, ela irá rir. Por simples alegria. É isso mesmo, o grande segredo de Maria Zil era gostar tanto da alegria. É tanto que no momento mais difícil da sua vida, ela não queria ninguém por perto. Só depois que ela partiu foi que concluí: a questão não era a presença ser indesejável, penso que o que ela queria mesmo era que todos guardassem a imagem alegre de sempre. E é assim que, particularmente, guardarei sua lembrança.


Regina Lucia
Agora, Amiga para sempre.